Dias atrás vi uma reportagem no Jornal Nacional mostrando a cidade brasileira com a maior per capita do país (Bahia) e a de menor per capita (São Vicente Ferrer – Ma). Na verdade, a reportagem mostrou que o problema do Brasil continua o mesmo, ou seja, a má distribuição de renda, isso na cidade mais rida ou na mais pobre.
Esse papo de IDH e de per capita jamais modificará a realidade brasileira, que a sua riqueza está nas mãos e que mesmo sendo a primeira economia do mundo, esse cenário não mudará.
Nessa reportagem do JN, a cidade com a maior per capita do Brasil, tem um número de miseráveis maior que a São Vicente Ferrer com a menor per capita.
Favelas, invasões, grotas, baixadas, comunidades, vilas, ressacas, mocambos ou palafitas. As denominações são tão numerosas quanto os moradores desses locais. Exatos 11.425.644 brasileiros — quase cinco vezes a população do Distrito Federal — habitam essas áreas, chamadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de aglomerados subnormais. Dos 6.329 conjuntos habitacionais precários do país, 36 estão no Distrito Federal. Caramba!!! Uma das cidades brasileiras com os melhores índices de IDH e de per capita.
Segundo os critérios adotados no levantamento divulgado ontem pela instituição, a capital federal tem a segunda maior favela do Brasil, a Área de Regularização de Interesse Social Sol Nascente,em Ceilândia. Com56.483 pessoas, só perdendo para a Rocinha, no Rio de Janeiro. Todos os indicadores sociais nos assentamentos são piores que nas partes urbanas regulares dos respectivos municípios.
Para Frederico Flósculo, professor da Faculdade de Urbanismo da Universidade de Brasília, o DF nasceu “vocacionado” para as ocupações irregulares, por atrair, desde o surgimento, pessoas humildes em busca de melhores condições de vida. Aliado a isso, destaca, há um incentivo dos governantes. “Assistimos, ao longo do tempo, os governos populistas estimulando a ocupação como forma de fazer currais eleitorais. Sem contar a existência de uma conivência com os grileiros, que fazem parte do jogo político da cidade”, afirma o professor. Ele lembra que o Sol Nascente começou na década de 1990, com grilagem. “Agora aquela região virou um faroeste”, diz.
O outro problema de Brasília é seu entorno. São quase 4 milhões de pessoas, sem nenhuma assistência em saúde, educação e segurança pública. Os Estados de Goiás e Minas Gerais jogaram essas responsabilidades nas costas do governo do Distrito Federal, que não consegue suprir as necessidades. A cada dia aumenta mais as favelas e com elas a criminalidade. Hoje é o lugar mais perigoso do Brasil… Nem a Força Nacional, trabalhando em conjunto com as policias civis, militares e PF conseguem conter o índice de violência no entorno de Brasília.
Diante dos fatores, verifica-se que analisar qualidade de vida no Brasil se baseando por IDH ou per capita é pura balela, visto que a riqueza da oitava ou quiçá sétima economia do mundo sempre esteve nas mãos de pouco.
Publicado em: Governo
Caio o Brasil aparece nessa posição pelo fato de ainda não ter universalizado serviços básicos que outras nações, apesar de serem mais pobres que o Brasil no quesito produção de riquezas , conseguiram levar aos seus cidadãos distribuição de renda, saúde, educação de qualidade, segurança e moradia . Assim podemos entender que boa parte das decisões políticas que são tomadas muitas vezes sem antes ser traçado um planejamento de longo prazo não surtem os resultados esperados, então entra um outro fator que corrobora para esse quadro que é a inobservância de um princípio administrativo fundamental que é a continuidade, assistimos muitas vezes Brasil afora por causas de desavenças políticas, todas as vezes que os eleitores mudam o gestor, tudo aquilo que estava sendo executado pelo anterior mesmo que seja algo bom é abandonado em nome do personalismo e do desejo de deixar uma “marca pessoal” para prejuízo dos cofres públicos e da sociedade
realmente essa é uma das causas, porém a mais cruel de todas é a divisão de renda. O Brasil sendo a sexta economia do mundo, não pode ter toda essa riqueza apenas nas mãos de 6% da sua população…