Afinal, estamos preparados para perder nossos pais?

Publicado em   16/mar/2011
por  Caio Hostilio

Hoje (16), estive no velório de D. Dóris (94 anos), mãe do Chefe da Casa Civil, Luís Fernando, e por um momento me veio um questionamento que intriga muitas pessoas, principalmente aquelas que tiveram a chance de receber de seus pais os princípios éticos e morais de uma família ajustada: “estamos preparados para perder nossos pais, apesar da idade avançada?” 

Bom, isso já está acontecendo em minha família e tenho procurado meios para me preparar. Mas nenhum preparo é suficiente para que eu aceite o envelhecimento e a partida dos meus pais… A deterioração de suas mentes e raciocínio… A lentidão dos passos… A repetição das frases e piadas… Quase todos os dias eu os visito… A teimosia vem piorando… A intransigência afetou aos dois…

De tudo, o que mais me amedronta não é a possível chatice, a resistência aos meus apelos para que eles se cuidem, as mesmas histórias contadas 100 vezes… (eu ainda presto a atenção em todas elas, pois deixam meus pais felizes)… Com o passar dos dias, vejo que meus pais terão que ter mais dedicação de minha parte… Depois de cair na real percebi que nunca estarei psicologicamente estruturada para perdê-los.

Eu vou ter que dar conta, nem que seja ligado no “piloto automático”… Quero fechar bem os olhos para lembrá-los fortes, ágeis, lúcidos… Não quero guardar como lembrança a debilidade, a fragilidade e a dependência… Afinal a velhice é o preço que se paga pela juventude…

Sei que existe o ciclo da vida, mas no meu caso, estou em franco aprendizado, repleto de dúvidas acerca da aceitação do envelhecimento deles e do meu.

Não é fácil envelhecer convivendo com o envelhecimento de nossos pais.

Resumindo… Não estou preparado.

Nota de pesar – Dona Doris Moura da Silva

A governadora Roseana Sarney recebeu com tristeza a notícia do falecimento de dona Doris Moura da Silva, 94 anos, mãe do secretário-chefe da Casa Civil, Luís Fernando Silva, ocorrido na madrugada desta quarta-feira (16). “Esse é um momento muito triste. Dona Doris foi um exemplo de mulher, esposa e mãe”, declarou. Ao saber do falecimento, Roseana Sarney se solidarizou com a família de dona Doris, viúva de Adelino Valente da Silva, que foi cônsul de Portugal no Maranhão e com quem teve oito filhos.

Nota de pesar

É com grande pesar que recebi a noticia do falecimento da Sra. Dóris Moura Silva, mãe do secretário chefe da Casa Civil, Luis Fernando Silva. Quero neste momento de grande dor externar a minha solidariedade a Luis Fernando e todos os seus familiares, pedindo que Deus lhes dê o conforto para enfrentar esta grande perda.

Washington Luiz

Vice – Governador

  Publicado em: Governo

12 comentários para Afinal, estamos preparados para perder nossos pais?

  1. Ygor Moura disse:

    Meus pêsames ao Luis Fernando, não deve ser fácil perder um parente tão próximo.

    LUTO!!!!!!

  2. Robert Lobato disse:

    Caio, veja o que escrevi sobre esse intrigante tema.
    Abs, Robert Lobato

    Vida, morte e os seus mistérios (Publicado em 11 de janeiro de 2011)
    Assim como a vida, a morte também me desperta interesse. Acho que o fato de ter perdido a minha mãe ainda muito jovem, explica a minha inquietação para entender melhor essa que a única certeza da existência humana.

    Ninguém sabe o que será quando vem a este mundo. Não sabemos se iremos dar certo ou errado durante a nossa existência terrena. Não sabemos absolutamente nada sobre o nosso futuro, a não ser que um dia iremos morrer.

    Por ser algo natural, não deveríamos sofrer tanto quando a vida deixa algum parente ou amigo querido.

    Minha mãe morreu com apenas 43 anos de idade sem apresentar qualquer sinal de doença, sem estar internada, sem sentir absolutamente nada. Deitou-se, dormiu e nunca mais acordou.

    A morte poderia ser menos sacana com a gente e esperar que pessoas novas, boas almas, cumprimissem a sua missão aqui na terra por mais tempo, pois é incompreensível como alguém ainda jovem, cheia de vontade viver pode partir para o “andar de cima” tão cedo.

    Da mesma forma como a vida, a morte tem seus mistérios. Mas ao contrário da vida, que a cada momento pode revelar alguns dos seus mistérios, a morte jamais nos possibilitará conhecer os seus, a não ser, claro, quando a vida nos deixar.

    A morte em si, independente da causa, para mim é algo violento. Não existe algo mais bizarro do que ver alguém com quem se conviveu ou amou deitado dentro de uma urna funerária, e ainda mais vê-lo ser enterrado (cenas essas que graças a Deus não vi da minha mãe, pois na época morava no Rio).

    Contudo, temos que respeitar a morte. Ela faz parte do nosso ciclo vital. É profana e é sagrada – imagine vocês que em alguns lugares ela é festejada! No México, por exemplo, existe a figura da “La Santa Muerte”, uma figura religiosa que recebe pedidos de amor, sorte, proteção e tudo mais.

    Penso que o ideal seria que nós, seres inteligentes e mortais, nos habituássemos a fazer o extraordinário exercício de convivência com essa certeza absoluta da nossa vida que é a morte. Somos programados para um dia morrer, inexoravelmente. Daí que de nada, absolutamente nada justifica o desprezo do “ser” pelo endeusamento do “ter”.

    E enquanto estamos vivos, um brinde a vida bem vivida!

    • admin disse:

      Primeiramente, parabéns pelo texto.
      Em minha opinião, a morte é um mistério que o homem não consegue desvendar. O iluminismo de Allan Kardec buscou através da ciências explicações, conduto num sentido muito vago. Cada religião tem um dogma a respeito do assunto e, por isso, o homem tem medo da morte, mesmo sabendo que ela é inevitável. Não sabemos se encontraremos nossos entes queridos do outro lado. Esse é um dos fatores que nos leva o sentido de vázio quando perdemos alguém que amamos muito, principalmente nossos pais e filhos. O sentimento de perda é grande, pois foram pessoas que fizeram parte de nossas vidas. Quanto a vida, acho que não é devido se ligar nas coisas terrenas (carne), pois quando morremos não levamos nada daqui. Este foi um dos fatores que me levou a fazer aquele artigo sobre o homem e sua ambição.

    • Funcionário Público disse:

      Robert Lobato gostaria de ler seu texto também.

  3. Funcionário Público disse:

    Caio gostei muito do seu texto e me emocionei com o que escreveu. Solicito que escreva mais.
    Dona Doris me fez pensar na vida, nos meus ancestrais e no medo enorme da perda. Descanse e segura na mão de Deus Dona Doris e que sua família seja mais e mais abençoada.

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