A diretora do departamento de emergência do Hospital Central de Wuhan, epicêntro do coronavírus na China, está desaparecida após declarar que havia sido silenciada por seus superiores depois que ela alertou, em dezembro de 2019, a respeito de um vírus desconhecido que não parava de infectar pessoas na cidade. A doutora Ai Fen tornou o episódio público há duas semanas, em um programa da CNN Austrália, e não se teve mais notícias do seu paradeiro. O presidente chinês, Xi Jinping, ordenou que a entrevista fosse apagada da internet, destacou reportagem do SBT.
Segundo o “60 Minutes”, a médica tomou conhecimento da situação no final do ano passado, quando uma colega enviou um relatório que mostrava uma infecção preocupante que espalhava a Covid-19. Ela compartilhou uma foto com esses apontamentos em um grupo de especialistas, que divulgaram os resultados em outras frentes. O cabeça disso, o doutor Li Wenliang, acabou morrendo, aos 34 anos, vítima do novo coronavírus.
No dia seguinte à morte, de acordo com matéria da revista People, que acompanha os desdobramentos dessa história, os líderes do hospital comunicaram a Ai Fen que as autoridades de saúde de Wuhan proibiram os profissionais da chamada linha de frente de dar qualquer informação a respeito do vírus, sob a alegação de evitar o pânico. A médica estava proibida de comentar sobre o tema inclusive com o marido.
“Minha mente ficou em branco. Ele não estava me criticando por não trabalhar duro. Ele me fez sentir que só eu havia arruinado o futuro de Wuhan. Estava desesperado”, contou a doutora Ai Fen, antes de desaparecer.
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