Os presidentes da Venezuela, Nicolás Maduro, da Nicarágua, Daniel Ortega, e do México, Andrés Manuel López Obrador, manifestaram dúvidas ou minimizaram a pandemia do novo coronavírus

Três outros presidentes latino-americanos, todos de esquerda e aliados a Lula e seus cupinchas, tiveram atitudes em relação à doença que foram criticadas por analistas e opositores.

Enquanto Maduro insinuou conhecer a cura para a covid-19, Ortega convocou uma marcha, contrariando as orientações de distanciamento social, e López Obrador afirmou que os mexicanos seriam resistentes a este novo mal.

O mexicano López Obrador, que lidera uma das principais economias da América Latina, disse em um vídeo divulgado no fim de semana que as pessoas deveriam continuar saindo de suas casas e que não evitassem abraços, por exemplo.

“Nós estamos nos preparando (contra o coronavírus), mas não devemos ficar assustados. Nós, mexicanos, somos muito resistentes às calamidades sociais. Vamos superar isso. Não entremos em pânico. Não deixem de sair. Eu vou dizer a vocês quando não devam sair. E os que têm condições econômicas, continuem levando suas famílias para comer fora. Isso é fortalecer a economia nacional, a economia popular”, disse ele.

Ele ressaltou ainda que o povo mexicano “possui culturas milenares, de grandes civilizações”, sugerindo que por suas raízes teriam maior resistência.

País com cerca de 120 milhões de habitantes, o México também não planeja fechar suas fronteiras com os Estados Unidos, para combater o avanço do novo coronavírus, segundo declarou, há poucos dias, o ministro das Relações Exteriores, Marcelo Ebrard.

Na Nicarágua, os jogadores de futebol “são obrigados a disputar partidas”, apesar do novo coronavírus, mas sem público presente.

Já na Venezuela, após afirmar que o país contaria com uma pílula cubana, fabricada na China, para ser usada pelos infectados pelo vírus, o presidente Maduro afirmou que seu país teria um suposto “antídoto” contra a covid-19.

Seu tuíte sobre o assunto foi apagado pelo Twitter, nesta quarta-feira, levando Maduro a dizer que foi “censurado”, segundo informou o portal da CNN em espanhol.

Ao veículo de comunicação, o Twitter disse que a mensagem foi tirada do ar por contrariar as regras da companhia sobre a veracidade das informações sobre o novo coronavírus.

Nesta quarta-feira, Maduro postou, em sua conta no Twitter, uma mensagem do vice-presidente setorial Jorge Rodríguez dizendo que “as Forças Armadas estavam atuando contra o coronavírus e contra qualquer conspiração contra o povo da Venezuela”.