Iphan, Prefeitura de São Luís e Vale assinam termo de compromisso para novas obras de requalificação do Centro Histórico

Publicado em   16/jul/2019
por  Caio Hostilio

O termo, assinado nesta segunda-feira (15), contempla a construção da Praça das Mercês e reabilitação urbana do conjunto tombado da praça João Lisboa e Largo do Carmo e seu entorno

Kátia Bogéa do Iphan e prefeito Edivaldo assinam termo de compromisso para novas obras de requalificação do Centro

A presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Kátia Bogéa e o prefeito de São Luís, Edivaldo Holanda Junior, assinaram, na manhã desta segunda-feira (15), com a empresa Vale, o Termo de Compromisso para a execução de três novas obras grandiosas para revitalização do Centro Histórico da capital – a requalificação urbana da Praça João Lisboa, do Largo do Carmo e entorno e a construção da Praça das Mercês. Os projetos executivos das intervenções foram apresentados durante coletiva de imprensa na sede do Instituto que reuniu ainda o superintendente do Iphan no Maranhão, Maurício Itapary e os representantes da Vale, Marconi Nóbrega e Paulo Eduardo Frazão. A assinatura do termo consolida a inclusão desses novos espaços entre os logradouros que integram o conjunto de intervenções realizadas pelo Iphan, em parceria com a Prefeitura, visando à revitalização e o resgate de espaços, prédios e monumentos do Centro Histórico de São Luís.

O prefeito Edivaldo Holanda Junior destacou o ato como um dos mais relevantes inseridos no projeto de revitalização de espaços históricos que estão sendo promovidos pelo Iphan em parceria com a Prefeitura, como a requalificação do Complexo Deodoro e Rua Grande e a Praça Pedro II.

“A Praça João Lisboa, o Largo do Carmo e a nova Praça das Mercês são logradouros de grande importância histórica e representação simbólica arquitetônica e cultural da nossa cidade, porque neles está resguardada uma parte significativa da memória local e do modo de viver do povo ludovicense. São espaços que tiveram grande importância no passado e continuam tendo até os dias atuais, por isso a necessidade de preservá-los. De forma que nos sentimos imensamente felizes de participar desse momento tão especial, de ver a cidade recebendo investimentos grandiosos para restauração de espaços fundamentais à preservação da nossa memória e de poder contribuir com o nosso apoio à frente da Prefeitura para a execução dessas obras que estão transformando o Centro Histórico e proporcionando um novo e feliz momento para seus moradores e vistantes”, enfatizou o prefeito Edivaldo, que esteve acompanhado pela primeira-dama, Camila Holanda.

As obras somam recursos da ordem de R$ 11 milhões. No ato de assinatura do termo, a presidente do Iphan, Kátia Bogéa, destacou a importância dos projetos de restauração desses novos espaços para o contexto histórico e cultural do Centro da cidade e para a preservação da memória local. Pontuou ainda a revitalização do patrimônio da cidade como uma importante ferramenta propulsora do turismo e do desenvolvimento econômico, pois é sempre um dos principais elementos analisados pelos turistas ao escolher seus roteiros de viagens.

“São obras estruturantes e extremamente impactantes para conservação do patrimônio de São Luís, que é um dos mais importantes sítios históricos do Planeta, de um valor imensurável para a humanidade. A realização desses projetos é algo tão grandioso que só podemos realizá-lo com a parceria de órgãos como a Prefeitura de São Luís, cujo apoio tem sido fundamental em todo processo de execução das intervenções realizadas na cidade. E com o apoio do prefeito Edivaldo, que considero um gestor ético e comprometido, as obras promoveram uma verdadeira sinergia no Centro Histórico, aliando-se a outras ações desenvolvidas pela Prefeitura na área do turismo e da cultura, trazendo as pessoas de volta aos largos históricos da cidade e propiciando esse novo momento de retomada desses espaços pela população que abraçou de uma forma muito positiva os projetos”, observou Kátia Bogéa.

No ato de assinatura do termo, representando a Vale, parceira na execução dos novos projetos de revitalização dos espaços, o gerente de Meio Ambiente, Marconi Nóbrega, e o gerente de Engenharia, Paulo Eduardo Frazão, enalteceram a parceria celebrada entre os entes envolvidos. “Quero externar aqui a satisfação da empresa de ser parceira na consolidação desse projeto que tem um valor inestimável para a cidade e um ganho imensurável para a população, com ampliação dos espaços de valorização histórica e arquitetônica da capital. De forma que esse ato é uma grande satisfação para todos nós porque consolida uma parceria muito forte em favor cultura da cidade”, disse o gerente de Meio Ambiente da Vale, Marconi Nóbrega.

O gerente de Engenharia da Vale, Paulo Eduardo Frazão, também destacou a importância do ato para a empresa. “Em nome da Vale, quero dizer da importância que participar como parceira da execução desses projetos de retomada e revitalização do Centro Histórico da cidade, espaço que muito orgulha a todos nós”, completou ele.

PROJETOS

Conforme o projeto executivo apresentado pela presidente do Iphan, as obras de intervenção urbanística da Praça João Lisboa e do Largo do Carmo e entornos compreendem principalmente a ampliação dos espaços para pedestres, com adequação total às normas de acessibilidade, a uniformização do pavimento das vias que serão em paralelepípedos, com o reaproveitamento de peças removidas de trechos da praça e da Rua Grande, a nova pavimentação da Rua de Nazaré, que fica no entorno da João Lisboa, a organização viária e melhor eficiência do trânsito, além de maior percepção da amplitude do espaço urbano e da riqueza do conjunto arquitetônico.

Os elementos arquitetônicos atuais contidos na Praça João Lisboa e no Largo do Carmo serão restaurados e mantidos, como os bancos, o grande relógio e a estátua de João Lisboa, edificada no centro da praça, no local onde também é o mausoléu do escritor. O conjunto arbóreo existente também será preservado e reordenado. O projeto prevê ainda criação de rampa de acesso entre o Largo e a Igreja do Carmo e o reordenamento do serviço de engraxate, para desenvolvimento da atividade tradicionalmente realizada há décadas no espaço. Todos os elementos vão compor os cerca de 12 mil metros quadrados de área restaurada.

O abrigo do Largo do Carmo será mantido e restaurado para preservar as características arquitetônicas art dèco da marquise do prédio. O espaço ganhará ainda iluminação artística, três lanchonetes, um posto policial, uma central de táxi e dois banheiros públicos adaptados. As bancas de revistas também retornarão ao espaço de forma ordenada.

Além disso, o espaço vai ganhar ainda estacionamento para 22 veículos normais, 12 vagas para motocicletas, bicicletário com 12 vagas, nove vagas para táxis, espaço para estacionamento de ônibus de turismo, duas vagas para pessoas com deficiência, espaços para carga e descarga, entre outros.

“Hoje é um dia muito feliz para São Luís. A cidade já está vendo florescerem as sementes plantadas e estas novas obras vêm somar aos esforços que já estamos empreendendo para revitalizar centenas de espaços históricos da cidade. Das 44 obras previstas para São Luís pelo PAC das Cidades Históricas, já entregamos 11 intervenções, um número significativo que contribui fortemente para a transformação que a cidade vive hoje”, ressaltou o superintendente do Iphan no Maranhão, Maurício Itapary.

PRAÇA DAS MERCÊS

Já o projeto de construção da nova Praça das Mercês será desenvolvido em área nas proximidades do Convento das Mercês, em espaço que nos primórdios da fundação de São Luís foi usado para atracamento de navios negreiros. Segundo Kátia Bogéa, por conta desse aspecto histórico, a Praça das Mercês terá entre seus elementos o Memorial da Escravidão, que vai resgatar um contexto histórico do período escravocrata. O local chegou a receber a 400 mil escravos nesse período e dezenas de navios negreiros originários da África, entre os anos de 1693 a 1841. O espaço está inserido no conjunto tombado pelos governos estadual e federal.

“O Memorial da Escravidão não será um local para lamentações, pelo contrário. Será um tributo em reconhecimento à contribuição do povo africano na formação da nossa identidade cultural”, frisou Kátia Bogéa.

Além do Memorial da Escravidão, a nova Praça das Mercês, que ocupará uma área de 11 mil metros quadrados, prevê ainda espaço aberto para a realização de pequenos eventos e apresentações das manifestações culturais genuinamente maranhenses; área arborizada para lazer e descanso, canteiros ajardinados, bancos, equipamentos de ginástica para idosos e pessoas com deficiência, quadra poliesportiva, pista de skate, estacionamento de ônibus de turismo e de veículos, eixo de ligação entre o centro e o estacionamento, mirante, posto policial, acessos de pedestres à praça, entre outros equipamentos.

“A praça vai mudar completamente a visão do Centro Histórico, dando uma nova configuração de acesso à área. Será um misto de cultura, entretenimento e esportes. Com certeza vai ser um lugar para deslumbrar o visitante”, completou a presidente do Iphan, ao apresentar os aspectos arquitetônicos do novo logradouro.

Também participaram do ato de assinatura do Termo de Compromisso, o presidente do Sindicato das Indústrias da Construção Civil, Fábio Nahuz, o presidente da Fundação Municipal do Patrimônio Histórico, Aquiles Andrade, o presidente do Instituto Municipal da Paisagem Urbana (Impur), Fábio Henrique, os secretários municipais Socorro Araújo (Turismo), Antônio Araújo (Obras e Serviços Públicos), Mádison Leonardo (Urbanismo e Habitação) e Conceição Castro (Comunicação).

  Publicado em: Política

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