O que se chama de “democracia”, no Brasil (mas isso pode ser estendido ao mundo), é na verdade a forma historicamente mais eficaz de exploração, que já tem alguns séculos de “treinamento”, de experiência.
Um bando de poderosos de todos os matizes (todos os partidos), ricos ou pagos pelos ricos, se elegem com campanhas milionárias, a maioria com dinheiro do contribuinte, para impor sua imagem na mídia.
O povo vota em quem é famoso, não em alguma “proposta política”, coisa que já não existe, pois nenhum desses poderosos possui alguma proposta, a não ser a de acumular poder. Nem o povo quer alguma “proposta”, ele simplesmente adora o poderoso e mentiroso.
No fundo, elas têm enorme admiração pelos poderosos, a artimanhas e os descalabros que eles conseguem realizar. As massas gostariam de estar lá, no lugar dos poderosos, ou seja: lugar de riquezas, fama, tramóias e poder impunes, lá onde esse esmalte de “decência”, “honestidade” e de “bondade”, que séculos e séculos de cristianismo e catolicismo venderam (também, é óbvio, como estratégia de marketing e poder), hipocritamente – de comerciantes hipócritas a fregueses hipócritas -, não precisa mais ter medo de realizar, sob essa máscara, sua verdadeira natureza: exercer o poder sobre os outros.
Achar que algum poderoso desses, financiados com o dinheiro do contribuinte, que aspira conquistar um lugar entre os poderosos, possa ser um “representante” do povo no sentido de melhorar as condições de vida é a mais asquerosa das mentiras.
Ele representa o povo, sim, mas no que este tem de pior, que é a sede de poder. Na verdade, ninguém representa ninguém, hoje, no Brasil e mais precisamente no Maranhão.
Qualquer idéia de “democracia representativa” implicaria, necessariamente, que não existisse um governador – que é o máximo do personalismo, da idolatria, do culto ao Rei e ao Príncipe, ao Pai, enfim, o que mostra a concentração de poder nas mãos de um tirano disfarçado de democrata.
Qualquer noção de “representatividade” envolveria um governo compartilhado por diversas representações da sociedade civil, e não apenas por seguidores que almejavam chegar ao poder a qualquer custo.
A obrigatoriedade de votar, no Brasil, faz parte desse mecanismo avassalador de impor às pessoas a “participação” nessa engrenagem exploradora: eleger falsos éticos e moralistas. Trata-se de uma tirania do voto. O direito ao voto nulo foi abolido, nem as instituições responsáveis pelas eleições falam nele, porque elas também representam o poder.
A mentira chega ao cúmulo de afirmar que o voto é um “direito” do cidadão, quando, na verdade, “ninguém é cidadão”, e o que faz um falso ético vencer uma eleição não é o “voto popular”, mas a estratégia bem paga de marketing e campanha eleitoral na mídia e o uso descarado do dinheiro público.
Portanto, “democracia”, hoje, é sinônimo de dominação, enganação e exploração. Ou seja, exatamente igual à Grécia Antiga, onde “democracia” significava poder de alguns, as mulheres não participavam, e havia escravidão. Isso foi o que o Ocidente, sobretudo a Europa, conseguiu fazer nos últimos séculos com a política: transformá-la no modo mais eficiente de controlar uma massa de milhões e milhões de súditos.
Publicado em: Governo