Gastos dos brasileiros com essa modalidade batem recorde em 2013, de acordo com o BC, ainda sem levar em conta as despesas de Natal. Especialistas alertam para o perigo dos juros altos quando se opta pelo pagamento mínimo do valor da fatura
Diego Amorim
Mesmo com as insistentes dicas de educação financeira, os brasileiros seguem desobedecendo a orientações básicas na hora de gastar e se enrolando com o cartão de crédito. Em 2013, o saldo devedor das transações feitas com o dinheiro de plástico no país cresceu mês a mês, atingindo em novembro, segundo o Banco Central, o recorde histórico de R$ 135,2 bilhões. O montante, que representa alta acumulada de 13,2% no último ano, tende a ficar ainda maior quando contabilizadas as compras de Natal.
A displicência com o cartão tem levado milhões de brasileiros a não conseguirem fechar as contas. Com os juros mais caros do mercado, essa modalidade de pagamento bagunça, com facilidade, o planejamento financeiro de muita gente. O saldo do item rotativo, quando a pessoa paga somente o mínimo estipulado na fatura, atingiu no mês passado R$ 26,4 bilhões, também o maior volume devedor da história, de acordo com os dados da autoridade monetária.
O grande problema, alertam especialistas, é que, de tão estimulado, o crédito acabou virando uma “muleta” para quem não tem condições de comprar o que deseja. Para satisfazer o ímpeto consumista, muitos não se acanham em encarar os longos parcelamentos com juros e, o pior, sem garantia de recursos disponíveis no dia em que a fatura chega. A aposta cega no poder do cartão explica, em parte, os números estratosféricos divulgados pelo BC neste fim de ano.
Publicado em: Governo