É o que esperamos!!! “As coisas ruins têm que vir a público”, diz, em entrevista, Eliana Calmon

Publicado em   06/set/2012
por  Caio Hostilio

Ao deixar o CNJ, a ex-corregedora diz ao Correio que está convencida de que o julgamento do mensalão vai mostrar ao país uma Justiça cada vez mais desatrelada do poder

Diego Abreu

“O que desatrelou o Judiciário do poder foi a Constituição. No passado, era um modelo criado para um país atrasado, de elites, patrimonialista, em que o Judiciário era chancelador das safadezas todas”

No último dia de expediente na função de corregedora do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), a ministra do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Eliana Calmon teve tempo para reafirmar cada uma das suas convicções a respeito da magistratura brasileira. Reiterou a necessidade de desmistificar a imagem de “semideuses” dos juízes da mais alta Corte do país, o Supremo Tribunal Federal, falou sobre a polêmica expressão “bandidos de toga” e disse que a missão do STF no julgamento do mensalão é mostrar como se faz Justiça, assim, com letra maiúscula. Em entrevista exclusiva ao Correio, a ministra não poupou críticas sequer ao CNJ: “O colegiado é tímido, não está aberto às mudanças”. Aproveitou para dizer que não pretende ser advogada e, muito menos, concorrer a algum cargo eletivo.”Quem doou quer o quê? Minha alma? Essa eu não dou”.

A senhora se arrepende de algo da sua gestão? Valeu a pena ter dito que há bandidos de toga?

Não me arrependo de nada. Valeu, sim. Hoje, grande parte da magistratura tem a exata medida de compreensão das minhas palavras.

E o CNJ ainda tem muito a evoluir para combater irregularidades no Judiciário?

O colegiado é tímido, não está aberto às mudanças. O corporativismo é muito forte, penetrante. Vai e volta. É derrotado, mas consegue vitórias. Temos que estar muito atentos evitar que o CNJ seja um arremedo do que é a Justiça piorada.

  Publicado em: Governo

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