A médica foi por erros e mentiras, mas falta a polícia agir sobre os comerciantes da morte… Cadê os falsos testemunhos do Diretor do Santa Lúcia ao Jornal da Globo e em Nota, além dos donos do hospital?

Publicado em   13/abr/2012
por  Caio Hostilio

A Polícia Civil do Distrito Federal indiciou nesta sexta-feira (13) por homicídio culposo (quando não há intenção de matar) a médica Izaura Costa Rodrigues, responsável pelo atendimento de Marcelo Dino, filho do presidente da Embratur, Flávio Dino. O garoto, de 13 anos, morreu após o agravamento de uma crise asmática no dia 14 de fevereiro no Hospital Santa Lúcia, em Brasília, um dia depois se ser internado.

Concluído há duas semanas, o laudo cadavérico apontou que o adolescente morreu por asfixia e possuía “secreções gástricas no pulmão”.

O hospital não comentou o indiciamento. “Com relação ao andamento do inquérito sobre o caso Marcelo Dino, o Hospital Santa Lúcia esclarece que só irá se pronunciar oficialmente após análise detalhada, por parte do departamento jurídico, das razões que levaram o delegado ao indiciamento da médica”, informou por meio de nota.

A família do garoto divulgou uma nota em que diz que o indiciamento traz “alívio”, mas também “mas também aprofundamento da dor e da indignação”.

O delegado Anderson Espíndola afirmou que não houve demora no atendimento, nem falta de medicamentos ou equipamento, mas, segundo ele, a médica adotou dois procedimentos possivelmente equivocados, que resultaram em imperícia médica. Nem o Hospital Santa Lúcia, nem a médica se posicionaram sobre o indiciamento.

Em depoimento dado à polícia, a médica teria dito que se ausentou por 40 minutos da UTI onde Marcelo estava sendo tratado de uma crise de asma para atender ao chamado de um colega que estava realizando um parto na sala ao lado. Após ser chamada pela auxiliar de enfermagem, que relatou que o adolescente reclamava de falta de ar, ela teria voltado imediatamente à unidade para atendê-lo.

Em nota divulgada no dia 26 de março, o hospital negou que a médica tenha se ausentado da UTI. De acordo com a nota, a plantonista pediátrica não atendia simultaneamente duas UTIs. “Na ocasião, a UTI Neonatal estava a cargo de outro especialista. Importante lembrar que ambas as Unidades de Terapia Intensiva e a Sala de Parto estão integradas, ocupando um espaço único no ambiente. Portanto, a médica não se ausentou do local”, dizia a nota.

“Ela usou a máscara de ventilação. Mas ele pode ter vomitado e ela não ter percebido e, com a máscara tampando e ela apertando, pode ter jogado aquele material para dentro dele”, disse Espíndola.

O outro procedimento inadequado, segundo o delegado, teria sido a demora para entubar o paciente. Segundo as investigações, o procedimento teria ocorrido sete minutos após a chegada da médica e por um anestesista convocado pela técnica.

“Uma enfermeira que não trabalha mais no hospital disse em depoimento que ele estava todo roxo, inconsciente e sem respirar quando ela chegou. Mesmo assim, a médica insistiu na máscara e ele só foi entubado quando o anestesista chegou”, explicou o delegado.

Se condenada, Izaura pode ficar entre um e três anos presa e ter a pena aumentada em um terço por inobservância de regra técnica.

Que me desculpe o delegado, mas a direção do hospital mentiu e deve pagar por isso. De acordo com o depoimento da enfermeira, a médica mostrou total desconhecimento para conduzir uma UTI. E um questionamento que até hoje não foi esclarecido nesse inquérito: Onde estava esse segundo médico que teria ficando no lugar da Dra. Izaura, que abandou seu posto para fazer um parto?

  Publicado em: Governo

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