O ensino superior privado e seu pensamento empresarial!!!

Publicado em   01/maio/2011
por  Caio Hostilio

Antes de qualquer coisa, devemos avaliar a formação dos profissionais, nas mais diversas áreas de atuação, atualmente no Brasil. Você acha que eles saem com uma boa formação profissional?

Sempre é bom ressaltar que toda a trajetória do ensino superior no país constitui-se em discurso de valorização do profissional de educação e melhoria de qualidade de ensino. Sendo que um dos princípios fundamentais da educação superior que se pode extrair da LDB n°. 9.394/96 é a finalidade de formar profissionais diplomados em diferentes segmentos da sociedade, para o desenvolvimento de criação de trabalhos científicos, culturais, uma população de espírito crítico e pensamento reflexivo. No entanto, se observa que esses princípios estão ainda muito distantes da realidade funcional desse profissional de educação, já que a este não lhe é assegurado esta valorização de fato, somente de direito. Para se ter uma idéia, seria providencial fazer uma pesquisa entre os alunos universitários sobre suas atuações nas pesquisas de campo e na extensão. Com certeza os resultados serão uma lástima.

Os princípios constitucionais que se constituem em verdadeiros princípios fundamentais da ordem jurídica posta, na realidade prática nem sempre são observados e respeitados pelos representantes das categorias patronais ou até mesmo exigidos pelos representantes da categoria de profissionais de educação. Prova disso é o grande número de rescisões de contrato de trabalho havidas nos últimos anos nas instituições de ensino superior privado, despedindo-se os mestres e doutores para se contratar especialistas em seu lugar, em nome do enxugamento de custos. Têm cursos, como os de medicina, direito, engenharia, odontologia, psicologia, fisioterapia etc., cujos professores são conhecedores das disciplinas que ministram, porém não possuem capacidade didática para transmitir seus conhecimentos ao corpo discente. Isso é uma prática que vem cada vez mais tomando conta das universidades públicas e, principalmente, as privadas.  

Quanto à forma de remuneração do profissional docente, conclui-se que qualquer que seja o regime de trabalho (integral e exclusivo ou não) deverá a jornada de trabalho ser remunerada de acordo com as horas em sala de aula mais as horas correspondentes ao trabalho de preparação e elaboração dessas aulas, elaboração de provas e trabalhos e, a correção respectiva, que se pode chamar de hora-atividade. A remuneração dessas tarefas deve corresponder à mesma quantidade de horas de sala de aula que é atribuída ao professor.

Vale ressalvar que cabe ao poder público, no âmbito do sistema educacional que lhe compete, velar pela garantia de padrão de qualidade do ensino superior, bem como pela garantia de salário digno dos profissionais da educação, função essa que é exercida pela via da edição das normas gerais de educação, pela via da supervisão e, finalmente, pela via de exercício do poder de polícia ínsito à esfera estatal, diante dos casos de transgressão do ordenamento positivo educacional.

Ao final, frise-se aqui que os profissionais de educação em ensino superior cumprem em sua rotina, ou seja, aprimorar e educar os formadores de opinião nos diversos segmentos da sociedade produtiva contemporânea e, por essa máxima razão, eles merecem salário digno e mais adequado aos seus esforços laborais.

Com certeza pelo que um aluno paga mensalmente para desfrutar de um curso superior em uma universidade particular daria para pagar os professores dentro dessas expectativas utópicas acima dos professores. Porém não é bem assim, pois os professores brincam de ensinar e os alunos de aprender.

Os resultados estão aí nas mais diversas profissões, onde vemos maus profissionais!!!

  Publicado em: Governo

2 comentários para O ensino superior privado e seu pensamento empresarial!!!

  1. tampideré disse:

    trazendo o enfoque da questao que em boa hora vc aborda, para a realidade do poder publico do maranhão, em termos de educação superior, na verdade enquanto tivermos a instituição uema, que a epoca do ex-titular da seduc/ma, gastão vieira, teve cortado 75% de seu necessario orçamento sob o argumento de corrupção, o que a torna incapaz de formar os verdadeiros promotores da educação superior, de que precisa o governo estadual para promover suas politicas publicas. na iniciativa privada, a educação superior é um investimento caro e mesmo assim precisa de uma complementação aindamais onerosa.

    • admin disse:

      Para que a educação brasileira seja resgada e forme de fato bons profissionais, as universidades devem voltar ao domínio das ciências sociais e humanas, a volta dos cursos de licenciaturas e, principalmente, o artigo 207 da constituição, que fala sobre a autonomia das universidades e a indissociabilidade em ensino, pesquisa e extensão. O reflexo disso tudo está no ensino básico, que não tem qualidade nenhuma, além do ensino infantil, que é responsável pela alfabetização dos cidadãos brasileiros.

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