A dura missão de presidir um legislativo como o do Maranhão

Publicado em   28/abr/2011
por  Caio Hostilio

Era sabido que a missão do presidente Arnaldo Melo não seria nada fácil para trazer a paz, o respeito, a cordialidade e, principalmente, as cobranças de seus pares. O parlamento sempre mostrou corporativismo quando o assunto é de interesse de todos os parlamentares, coisa que não vem acontecendo nessa legislatura.

Sabe-se que o presidente Arnaldo Melo é experiente, inteligente e diplomata, coisas essenciais para um presidente de um Legislativo, porém as rusgas ainda estão sendo a principal pedra no sapato dele.

A dança das cadeiras da Mesa Diretora foi articulada entre uma parte da base governista e de uma grande fatia da oposição. Vendo que precisavam de mais deputados, pois o que tinham não dava a vitória a Arnaldo Melo, buscaram o apoio de Marcelo Tavares, ex-presidente da Casa, que não titubeou em ser o fiel da balança e, assim, manter vários cargos de confiança nas mãos dos seus ex-diretores. Com certeza esse acerto não foi uma boa para o atual presidente. Não só no que tange as questões administrativas, mas as cobranças políticas, como fez Marcelo Tavares, ontem, da tribuna da Casa.

O certo é que nos últimos anos, o único que conseguiu manter uma harmonia coerente com a oposição para se manter na presidência da Casa, além de fechar os acordos e não sofrer nenhum tipo de cobrança foi o já falecido João Evangelista, que fechou com o deputado Ricardo Murad para que a oposição o apoiasse em sua reeleição. Nunca se viu Ricardo Murad ou João Evangelista cobrarem os acordos, pois os dois cumpriram a risca o que tinham acertado. Uma das grandes provas dessa confiabilidade foi João delegar todos os poderes da construção da nova sede no seu primeiro secretário César Pires, que era de oposição.

Na verdade, Arnaldo Melo é o único que pode erguer a cabeça é dizer: “Não trair e não fui traído”. Pena que isso durou pouco, pois vários que votaram nele alardeiam hoje que se arrependeram.

Marcelo Tavares foi outro que buscou o apoio de Ricardo Murad para se eleger presidente da Assembléia Legislativa, visto que o preferido do ex-governador Jackson Lago era o deputado Edivaldo Holanda. Ricardo cumpriu o acordo com Marcelo até o fim. Contudo, Marcelo não cumpriu com Ricardo Murad sua eleição. Na verdade, Marcelo traiu Ricardo Murad e hoje usa de outro discurso que não condiz com as verdades combinadas com Ricardo Murad.  

Acordos políticos devem ser feitos com pessoas responsáveis e sabedoras das dificuldades que possam surgir. Um exemplo claro disso. Todos sabem que a Lei do Cão foi aprovada de afogadilho, tendo como presidente o saudoso João Evangelista. Contudo, Ricardo Murad, César Pires, Max Barros, Joaquim Haickel, Tatá Milhomem, Raimundo Cutrim e outros, foram incapazes de cobrar a fatura de João Evangelista, visto que sabiam que aquela atitude era de um presidente que precisava está em sintonia com o Executivo.

Espera-se que sirva de experiência para aqueles que achavam que podiam tudo e que seus atos não gerariam a desarmonia, a falta de respeito, a cobrança de faturas, em tão pouco tempo. Chegando a pedirem uma sessão secreta para lavar a roupa suja.

As conseqüências estão sendo desastrosas, visto que atualmente não se sabe quem é de fato da base governista, neutra ou oposicionista. Dizem que a base governista tem 30 parlamentares. Não acredito nem em 23. Muitos deputados estão contrariados com o Executivo. Esses preferem seguir de acordo com a onda, ou seja, tudo aquilo que possa trazer transtornos ao governo, eles votarão com a oposição. Isso está mais que claro.

Por outro lado, o ex-presidente Marcelo Tavares foi o grande vencedor dessa eleição da Mesa Diretora da Assembléia Legislativa. Soube trair Ricardo Murad na hora certa e, assim, dividir como acordo a divisão do comando administrativo da Casa. Fatura muito cara essa!!!

Com certeza não foi Arnaldo Melo que fechou sozinho esse apoio com o grupo de Marcelo Tavares. Arnaldo, com sua experiência de seis mandatos consecutivos, conhece como ninguém as conseqüências de um acordo como esse.

Na legislatura passada, o plenário aprovou uma PEC que autoriza os atuais membros da Mesa Diretora da Casa a disputar a reeleição. Será que vão mudar essa PEC?

Diante de todos esses acontecimentos, observa-se que o único que não traiu nessa história toda, o atual presidente Arnaldo Melo, ficou com uma missão árdua nas mãos. Ele sabe que precisará de muita paciência e tranqüilidade, pois as cobranças aumentarão de acordo com o andamento das rusgas que ficaram encravadas no plenário da Casa.

Por isso, volto a fazer um trocadilho com um verso do magnífico poeta português, Fernando Pessoa: “Nem tudo vale a pena, quando as almas são pequenas e mesquinhas”.

Boa sorte, presidente Arnaldo Melo!!!!

  Publicado em: Governo

4 comentários para A dura missão de presidir um legislativo como o do Maranhão

  1. Lulu da Assembleia disse:

    esse marcelo tavares é igual ao tio ze, um trarira. o mal de arnaldo melo foi ceder a chantagem e manter em postos chaves toda os preguiças do marcelo. veja em que posto o marcelo continua mandando sem que o arnaldo tenha coragem de mudar: secretaria da mesa, auditoria, pessoal, finanças, a podersoa adjunta de material e até foi criado cargo para o abelardo que ningem sabe o que ele faz. a cobrança de marcelo nem começou. o arnaldo que se cuide ainda vem mais por ai.

  2. MARCIO disse:

    ESSES DEPUTADOS DEVEM ESTAR TODOS ARREPENDIDOS DA TRAIRAGEM E NAO TEREM FEITO RICARDO PRESIDENTE. ESSE SIM TEM PALAVRA. SE É NÃO É NÃO. SE É SIM É SIM. ESSA ASSEMBLEIA ESTA UMA ESCULHAMBAÇÃO. PERDERAM A CHANCE DE TER UM PRESIDENTE DE ATITUDE, DE PALAVRA, DESTEMIDO E TRABALHADOR. PRECISA TER MUITO PEITO PRA PEITAR ESSA CORJA E RICARDO BOTAVA ELES TODOS NO LUGAR DELES. A ASSEMBLEIA SERIA OUTRA, QUEM GANHOU FOI A SAÚDE. ESSA PRECISA MAIS DO DEPUTADO RICARDO. ESSES MOLEQUES QUE SE VIREM NESSE CIRCO QUE VIROU A ASSEMBLEIA.

    • admin disse:

      O menos culpado de tudo é o atual presidente Arnaldo Melo, que não estava em nenhuma das negociações e foi chamado e entrou no jogo daqueles que não queriam Ricardo presidente. Isso não tem muito a ver com os deputados, mas com seus donos…

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