A maioria dos deputados que lidera as bancadas de seus partidos se declara ser contra o afastamento do presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ), mesmo se o Supremo Tribunal Federal (STF) abrir um processo contra ele por suspeita de que recebeu propina no esquema de corrupção descoberto na Petrobras. Foi o que apurou levantamento realizado pelo jornal Folha de São Paulo.

Segundo a apuração, os líderes também dizem não ver motivo para que outros colegas investigados pela operação Lava Jato respondam a processo de cassação no Conselho de Ética. Durante a semana passada, a Folha ouviu 20 dos 22 líderes das maiores bancadas da Câmara. Desde que o lobista Julio Camargo afirmou que pagou R$ 5 milhões de propina a Cunha, alguns parlamentares têm pedido seu afastamento do comando da casa.

A posição manifestada pelos líderes partidários mostra que eles mantêm sólido apoio entre seus pares – mesmo após declarações da advogada Beatriz Catta Preta, que representava Julio Camargo e acusou aliados de Cunha na CPI da Petrobras de tentar intimidá-la.

Além de Cunha, outros 21 deputados são alvo de investigação por suspeita de envolvimento com a corrupção da Petrobras.

— Denúncia não significa condenação, não só para parlamentar, mas para qualquer cidadão. Caso contrário, você está antecipando um julgamento e tirando um mandato decidido pelo voto popular — disse à Folha o deputado André Moura (SE), líder da bancada do PSC e um dos aliados de Cunha.

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