Eu já havia mencionado por duas vezes aqui qual seria o resultado desse referendo, sendo a última vez no dia 29/06/2015, através do post “Em 2013 eu já havia anunciado a falência da Grécia!!!“.Gregos votam contra exigências de credores por empréstimo.Governo quer retomar negociações com credores imediatamente.Grécia vai pedir ajuda ao BC europeu para garantir liquidez de bancos.
G1
Os gregos decidiram neste domingo (5), em referendo, não aceitar as condições dos credores do país em troca de ajuda financeira, dando o primeiro passo para o que pode culminar na saída do país da zona do euro. As medidas exigidas pelos parceiros europeus incluíam aumento de impostos e cortes nas aposentadorias. Com 95,4% dos votos apurados, o “não” tinha 61,31% dos votos.
Segundo as agências de notícias, a votação ocorreu sem incidentes. A estimativa é que 65% dos eleitores tenha comparecido à votação.
“O referendo de hoje não teve ganhadores nem vencedores. É uma grande vitória em si mesma”, disse o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, após a confirmação do resultado. “Mesmo nas circunstâncias mais difíceis, a democracia não pode sofrer chantagem”, afirmou, falando indiretamente sobre as condições impostas pelos europeus.
“Quero agradecer cada um e todos vocês. Independentemente de como tenham votado, hoje nós somos um”, disse Tsipras. “O mandato que vocês me deram não pede uma ruptura com a Europa, mas me dá mais força para negociar (…) Os gregos fizeram uma escolha corajosa. Sua resposta vai alterar o diálogo existente com a Europa”.
Segundo o primeiro-ministro, a prioridade imediata é restabelecer o sistema bancário – cujas agências estão fechadas há uma semana por falta de liquidez – e a estabilidade econômica do país. Ele também afirmou que irá pedir uma reunião de líderes políticos para a manhã de segunda-feira, além de reiniciar as negociações para tentar chegar a um acordo com os credores internacionais e destacou que a prioridade é a reabertura dos bancos.
Europa reage
Após o a vitória do “Não”, a Comissão Europeia anunciou que respeita o resultado do referendo na Grécia e indicou que seu presidente, Jean-Claude Juncker, consultará na segunda-feira altos dirigentes de instituições europeias.
Nesta segunda, Juncker terá uma teleconferência com o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk; com o dirigente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, e com o diretor do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, informou a Comissão em um comunicado. Juncker discursará, também na segunda, ante o Parlamento Europeu, reunido em sessão plenária em Estrasburgo (leste da França).
O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, anunciou a convocação, para a terça-feira, de uma cúpula da zona do euro, em Bruxelas, “para discutir a situação após o referendo na Grécia”, segundo um tuíte postado neste domingo.
A primeira-ministra da Alemanha, Angela Merkel, e o presidente da França, François Hollande, definiram neste domingo, em conversa por telefone, que os líderes da zona do euro deverão se reunir na terça-feira para discutir a situação da Gréciax, depois que o país rejeitou, em referendo, os termos do resgate do país.
François Hollande, se reuniu neste domingo com o primeiro-ministro do país, Manuel Valls, e com os ministros das Finanças, Michel Sapin, e de Assuntos Europeus, Harlem Désir, e outros membros do alto escalão do governo para avaliar as consequências do “não” no referendo da Grécia.
De acordo com o Palácio do Eliseu, sede do governo da França, Hollande vai receber já na tarde de segunda-feira a primeira-ministra alemã para discutir o resultado do referendo. No comunicado, a presidência francesa aponta que o encontro marca a “cooperação permanente entre França e Alemanha para contribuir com uma solução duradoura para a Grécia”.
Mas o vice-primeiro-ministro alemão, Sigmar Gabriel, disse que, com o resultado, o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, “derrubou as últimas pontes sobre as quais a Europa e Grécia poderiam ter se movido em direção a um acordo”.
A posição da primeira-ministra da Polônia, Ewa Kopacz, foi afirmar que o único caminho para o governo de Atenas é sair da zona do euro. Apesar de estar na União Europeia (UE), a Polônia mantém sua moeda própria, o zlóti.
Efeitos
Pouco após o resultado final ter se desenhado, o líder da oposição grega e ex-primeiro-ministro Antoni Samaras renunciou à presidência do partido Nova Democracia. “Nosso partido precisa de um novo começo. Estou renunciando da liderança da Nova Democracia”, afirmou Samaras em pronunciamento na televisão local.
O euro recuava neste domingo ante o dólar, enquanto o “não” se encaminhava para uma vitória no referendo. Às 18h30 GMT (15h30 de Brasília), um euro valia US$ 1,0963, em baixa de 1,58% com relação ao fechamento na noite de sexta-feira, nas negociações eletrônicas que antecipam a abertura dos mercados asiáticos.
Publicado em: Governo