Para reflexão dos caxienses…

Publicado em   09/out/2011
por  Caio Hostilio

Eleições 2012 em Caxias-MA – perguntinhas preliminares.
Uma das primeiras definições de política que ouvi na vida me foi apresentada pelo engenheiro caxiense Jadihel José de almeida Carvalho (1929-1997). Para o saudoso engenheiro comunista, sobre o qual escrevi no primeiro número da revista caxiense O Balaio (1997, p. 42-43 ),“a política é luta pelo poder”. Esta definição a faz se aproximar do que ouvi do ex-deputado estadual petista Luis Vila Nova, no início da década de 90, em um ato público na praça Prof. José Medeiros (ou praça da Igreja de Sto. Antonio), em frente da União dos Moços Católicos-UMC, no bairro caxiense Ponte.
Estávamos eu e Solange Morais naquele ato público, juntos com gente das Pastorais Católicas e da “companheirada” petista, onde a principal “estrela”, o camponês Luis Vilanova, fazia um breve balanço dos seus primeiros dias na Assembléia Legislativa do Maranhão, impressionado, segundo suas palavras, com a quantidade de dinheiro que havia recebido como primeiro pagamento. Após dizer que não sabia contar tanto dinheiro, ensinou, naquela noite pontense, o “deputado do chapéu”, que “a política é cobra engolindo cobra”.
As duas definições convergentes, a do engenheiro Jadihel e do camponês Vilanova, nos são bastante úteis para analisarmos, por amostragem, os movimentos presentes e vindouros das famílias políticas, atuantes no município de Caxias-MA, os Coutinhos, os Marinhos, os Bittencourts.
Formadas por cidadãos caxienses, essas famílias lutam pelo poder que a prefeitura representa. Uma luta onde “cobras velhas” e “cobras novas” se engalfinham partindo de todos os lados e usando todos os meios disponíveis.
É legal e humano que essas ou quaisquer outras famílias, queiram chegar ao poder e chegando lá, lutem para permanecerem, como uma pretensão que a todos afeta (assim nos ensina o italiano Nicoló Machiavelli, em seu clássico O Príncipe, [1513]1991). Tal conduta, não obstante, não deveria ser recepcionada como algo moral e/ou benéfico para um poder democrático e popular, vez que fere de morte dois aspectos que lhe devem ser imanentes: a alternância e o controle por muitos. Este último aspecto nos ensinou o estadista grego Péricles (495/492-429 a. C.) para quem o governo de Atenas era democrático porque controlado por muitos.
O que parece é que os altos níveis de ganância, de corrupção, de desconfiança mútua e de impunidade, associados aos aumentos crescentes de transferências de recursos públicos da esfera federal para a municipal, têm contribuído para confirmar a política e, consequentemente, o poder, como “negócios de famílias”.
Sendo assim, cabe perguntarmos aos caxienses com “mentes complexas”, como orienta Edgar Morin (1921-): se os Coutinhos desejam legalmente a continuidade no poder com o sobrinho, os Marinhos querem licitamente recuperar o poder com o Paulinho, os Bittencourts querem, com amparo na lei, chegar ao poder com o Catulezinho etc, o que faremos com as também legais pretensões dos meus filhinhos, dos teus filhinhos e dos seus filhinhos? Bater palmas para eles, votar neles?… Pior, ainda, acreditar que haverá neles alguma mudança na política ou no poder em Caxias?
Desculpem os que não concordarem comigo, mas os meus filhinhos não se prestarão a esses papeizinhos!
Por Francinaldo Morais, professor de Historia, Caxias-MA.

  Publicado em: Governo

2 comentários para Para reflexão dos caxienses…

  1. Paulo disse:

    AS eleições sao democraticas. os politicos maus ou bons sao escolhidos pelo voto popular, o candidato deve ser maior de idade, entao, as regras estão ai, qualquer um que se sentir legitimo pode e deve concorrer as eleições e assim disputar no campo democratico..criticar por criticar nao parece contribuir para a democracia..tem que participar.

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