A saúde do vizinho e melhor que a nossa!!!

Publicado em   09/mar/2011
por  Caio Hostilio

Uma das maiores discussões hoje no Maranhão são as deficiências da rede hospitalar do estado. Nessas discussões muitos dos debatedores apenas falam como se todos os problemas existentes de saúde fossem somente no Estado do Maranhão e que nos demais estados tudo anda as mil maravilhas.

Criticam veementemente a construção dos 72 hospitais regionais, enquanto que em Brasília, Minas Gerais, Goiás e Rio de Janeiro, onde especialistas da aera dizem que a construção de hospitais e a construção das UPAs seriam as principais atitudes para atender e diminuir as demandas dos hospitais dos grandes centros.

Segundo Dr. Arimatéia, do hospital de Rio das Ostras, os problemas do inchaço de enfermos nos grandes centros não se deve somente a falta de leitos e hospitais, mas também de profissionais da área de saúde, que a cada dia diminuem. “Não existe estímulos para que mais jovens ingressem nos cursos universitários na área de saúde e os que ingressam apenas são incentivados para ganhar dinheiro dentro de suas especializações, com isso não se encontra profissionais que queiram trabalhar fora dos grandes centros. Esse problema é governamental, que precisa estimular o jovem a se integrar ao crescimento do Brasil, coisa que ficou para trás na cabeça da juventude atual brasileira”, desabafou o médico.   

Passei esse meu carnaval em duas unidades federativas, das quais uma é capital atual do país e a outra exatamente a ex-capital do Brasil, respectivamente Brasília e Rio de Janeiro.

Em Brasília, simplesmente os hospitais não atendem mais a demanda. Brasília há 20 anos era alto suficiente para atender sua população e de muitos pacientes vindos dos interiores de MG, GO, BA etc. com qualidade, pois tinha no Plano Piloto hospitais de referência, com o Hospital de Base, o Ahran, o da L2 Sul, o da L2 Norte e o hospital universitário, além dos hospitais regionais, como o de Taguatinga, Ceilândia, Sobradinho, Brazilândia, Gama e Planaltina.   

Hoje, simplesmente virou um caos total!!! Essas unidades, com a ajuda dos Cais, UPAs e Centros de Saúde não atendem mais a demanda, principalmente numa época em que as doenças causadas pelo clima chuvoso viram epidemias rapidamente.

Verifica-se que a causa disso tudo é que a população de Brasília cresceu desordenadamente, cujo aumento populacional é assustador. Para se ter uma idéia, a população hoje dos municípios em torno de Brasília chega a mais de três milhões de pessoas e em Brasília a quatro milhões de habitantes.

Com os recursos escassos e, principalmente, a irresponsabilidade no planejamento da aplicação dos recursos existentes, o sistema de saúde de Brasília faliu… Onde falta até seringa!!!

No Rio de Janeiro a coisa não está diferente. Na capital, os hospitais públicos estão abarrotados, não suportando a demanda. A Baixada Fluminense: Caxias, Nova Iguaçu, São João de Meriti, Nilópolis, Belford Roxo, Mesquita e Queimados, foram municípios que cresceram assustadoramente com a chegada da Petrobrás na região, porém não planejaram um serviço de saúde que atendesse a demanda populacional da região.

Outro caos é com os municípios que integram a grande Niterói. São Gonçalo, Maricá, Itaboraí etc. Simplesmente não oferecem saúde. Esses municípios cariocas são bem maiores que muitos dos municípios maranhenses de grande porte.

Muitas pessoas já devem ter escutado falar da Região dos Lagos do Rio de Janeiro, onde estão cidades como Búzios, Cabo Frio, Rio das Ostras, Araruama, Macaé e Campos. Cidades turísticas, tanto nacionalmente como internacional. Claro que em se falando de infraestrutura, essas principais cidades da região que citei vêm tendo avanços acima das expectativas, pois recebem além de suas verbas tradicionais, os rotores da Petrobrás, que faz a diferença.

Contudo, o sistema de saúde é deficitário. Não atende a demanda, principalmente quando nos períodos de temporadas, cuja população dessas cidades ultrapassam a casa de mais de 8 milhões de pessoas.

Em Brasília, sempre escutei que o melhor hospital da capital é a ponte aérea BSB/SP, não para os hospitais públicos, mas sim para os de referência como o Sírio Libanês. Isso serve aos burgueses, enquanto que para os proletários, sobra o que existe dos cacos do SUS.

Conversando com um Médio que trabalha em Rio das Ostras, ele resumiu assim o SUS: “É um lindo programa para um país que sabe planejar e organizar a população e suas necessidades. A população brasileira vem cada vez mais inchando os grandes centros e não existirá como suprir as necessidades de todos. O Rio de Janeiro é o grande exemplo de onde o SUS não aconteceu. Ele está presente como lei, mas as práticas e as instituições continuam na década de 80, do antigo Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social (Inamps)”, falou.

Que as discussões sobre a saúde não seja apenas para tirar proveito políticos, mas que seja dentro dos parâmetros econômicos, sociais, principalmente o cívico e o amor compartilhado pelo Brasil.

Aproveito a oportunidade, para parabenizar a equipe da Secretária de Saúde do Maranhão por ter moldado as construções das UPAs dentro das perspectivas da Organização Mundial de Saúde, principalmente a do Itaqui/Bacanga, que deveria servir de exemplo para o Brasil. Digo isso, porque vi diversas dessas unidades espalhadas por Goiás, Minas Gerais e Rio de Janeiro, onde os padrões não se equiparam aos existentes na UPA do Itaqui/Bacanga.

  Publicado em: Governo

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